Alexandre Rossi & Criança Segura - Jornal Animal

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Alexandre Rossi & Criança Segura

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Crianças e Cães - Dicas de segurança

 Estudos mostram que o convívio entre as crianças e os animais trazem muitos benefícios para a saúde e para o bem-estar. No entanto, para que esse relacionamento seja prazeroso, é preciso que alguns cuidados sejam tomados, a fim de evitar acidentes.
 Por isso, a Ong Criança Segura e a Cão Cidadão - empresa de adestramento e consulta comportamental - firmaram uma parceria para reforçar a importância dessa convivência e fornecer orientações para torná-la mais harmoniosa. O acordo também prevê que o especialista em comportamento animal, Alexandre Rossi, passe a integrar o conselho da Ong neste ano.
“Esse será um trabalho bastante importante, justamente para desmitificar algumas crenças relacionadas à agressividade. Cachorros de qualquer raça ou porte podem apresentar comportamentos agressivos, por exemplo, para proteger um brinquedo ou alimento, ou então, o território. Essa conduta não está relacionada apenas a algumas raças ou tipos de criação. O importante é ter em mente que o relacionamento entre crianças e animais pode ser ótimo e muito benéfico, mas requer cuidados e supervisão ”, reforça Rossi. 


Foto Carol Gherardi
Foto Carol Gherardi
Mordedura em números 

Embora não haja uma estimativa global, estudos sugerem que as mordidas de cães atingem milhares de pessoas no mundo. Nos Estados Unidos, país com a maior população de cães do planeta, aproximadamente 4,5 milhões de pessoas são mordidas por cachorros todos os anos.
Já no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde de 2013, mais de 250 crianças foram hospitalizadas e duas morreram vítimas de mordidas de cães. Ao sofrer um acidente como esse, a criança pode ter seu desenvolvimento saudável comprometido e seu desempenho escolar afetado. As crianças de 1 a 4 anos são as mais afetadas: metade das hospitalizações por mordida de cães acontece nessa faixa etária, somando 128 casos.
“Os acidentes envolvendo crianças e cães podem ser evitados com alguns cuidados. Se por um lado o pet pode ser acostumado à presença dos pequenos, estes também devem ser orientados sobre o que se pode ou não fazer próximo ao cão. Com limites e um contato supervisionado, eles podem se tornar grandes amigos”, orienta o especialista.


Dicas
 
Confira as principais dicas de segurança oferecidas pelo Alexandre Rossi e pela Ong Criança Segura:
·         Antes de adquirir um bichinho, pesquise sobre as raças. Dê preferência as mais dóceis e as que se deem melhor com crianças.

·         Se o bicho já fazia parte da família antes de a criança nascer, “apresente-o” ao bebê logo nos primeiros dias, para evitar o ciúme. Deixe que ele cheire a criança e, assim, entenda que ela é mais um membro da casa.
 
·         Ensine a criança a brincar com os cachorros! Diga que não se deve incomodá-los quando eles estiverem comendo, dormindo ou com filhotes, e também não a deixe bater no cachorro ou puxar seus pelos.
·         Outra dica é explicar que elas não devem seguir o animal, mas sim esperar que ele venha até elas. Correr e gritar próximo a ele também não é o indicado, pois esse comportamento pode estimular uma agressividade predatória.
·         Oriente a criança que, para brincar com um cachorrinho na rua, ela deve tomar alguns cuidados: checar se o animal está acompanhado de um dono antes de estabelecer contato com ele, perguntar para o dono se o cão é dócil e se é possível passar a mão nele, e reforçar que ela deve evitar passar a mão na cabeça e no rabo do bicho, bem como abraçá-lo.
·         Estimule a criança a conhecer os cachorros do bairro. Ao andar com os pequenos pela rua, ensine que não se deve colocar a mão para dentro dos portões das casas.
·         Esteja sempre por perto quando a criança estiver em contato com o cachorro.
·         Lembre-se de que os cães precisam ter um espaço só deles, de refúgio, quando não quiserem mais interagir. E é fundamental que a criança aprenda a respeitar esse limite.
·         Mantenha as vacinas do animal em dia.

Em casos de mordidas

Caso a criança seja mordida pelo cachorro, deve-se lavar a ferida com água corrente e sabão, elevar o membro atingido e buscar assistência médica (posto de saúde ou hospital). O médico avaliará a necessidade ou não de vacinar a criança contra a raiva. Em geral, ele leva em conta a origem do bicho (se for cão de rua, por exemplo).
A família não é obrigada a se desfazer do animal depois do acidente. Antes de tomar alguma decisão precipitada, convém observá-lo por alguns dias. Se ele estiver dócil, saudável e com as vacinas em dia (principalmente a antirrábica), não há riscos. 


Foto Carol Gherardi
ALEXANDRE ROSSI

Formado em Zootecnia pela USP e graduando de Medicina Veterinária pela FMU, Alexandre Rossi possui especialização em Comportamento Animal e obteve o primeiro título de especialista na área na Universidade de Queensland (Austrália), em 1997. Alexandre, que também possui mestrado em Psicologia pela USP, é autor de sete livros e atualmente apresenta o quadro Desafio Pet, no Programa Eliana (SBT), além dos programas Missão Pet (no canal por assinatura Nat Geo) e É o Bicho! (rádio Band News FM). Ele também é membro do Conselho de Bem-Estar Animal do CRMV-SP (BEA), e “pai” da Estopinha e do Barthô.
CÃO CIDADÃO 

Criada em 1998 pelo zootecnista Alexandre Rossi, a Cão Cidadão (www.caocidadao.com.br) é uma empresa especializada em adestramento em domicílioe em consultas de comportamento. Sua missão é melhorar a integração do cão na família e na sociedade, por meio da educação. 
Todos os profissionais franqueados da Cão Cidadão são treinados e constantemente avaliados, e utilizam o método Adestramento Inteligente– fundamentado em estímulos positivos e em recompensas, o que desperta nos animais o interesse em aprender. 
A Cão Cidadão ainda promove cursos, palestras, workshops e eventos com foco nos mais diversos públicos: dos profissionais que atuam na área a proprietários interessados em compreender e a educar o bicho de estimação.
A CRIANÇA SEGURA

A CRIANÇA SEGURA é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, dedicada à prevenção de acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos. A organização atua no Brasil desde 2001 e faz parte da rede internacional Safe Kids Worldwide, fundada em 1987, nos Estados Unidos, pelo cirurgião pediatra Martin Eichelberger. 
Para cumprir sua missão, desenvolve ações de Políticas Públicas – incentivo ao debate e participação nas discussões sobre leis ligadas à criança, objetivando inserir a causa na agenda e orçamento público; Comunicação – geração de informação e desenvolvimento de campanhas de mídia para alertar e conscientizar a sociedade sobre a causa e Mobilização – cursos à distância, oficinas presenciais e sistematização de conteúdos para potenciais multiplicadores, como profissionais de educação, saúde, trânsito e outros ligados à infância, promovendo a adoção de comportamentos seguros. 


Editor: Sergio Valério
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