Astor
Colecionador > Parte 4
Sergio Valério
Astor tem uma coleira, mas
agora não tem um dono. Ele vive nas ruas do bairro de Pinheiros e todos na
região já o conhecem. Astor já se acostumou com os carros que passam
freneticamente por lá e por isso, aparentemente, não sofre o risco de um
atropelamento.
Ele se alimenta do que
lhe dão ou do que encontra nas esquinas, talvez um dia tenha tido uma casa, uma
pessoa que o levava ao veterinário, ao banho e tosa, mas hoje o que restou
desta época é a coleira, onde consta o seu nome Astor, sinal de que um dia teve
um dono.
Assim como Astor,
existem muitos por aí. Cães, gatos, humanos, seres que vagam pelas ruas e
vielas, sem rumo certo, sem lar e sem nenhuma proteção.
Todos estes seres fazem
parte de um quadro que todos nós ajudamos a pintar, pois tantas vezes não nos
envolvemos por estarmos somente atentos ao que nos é mais próximo e ao que
achamos que é o nosso dever.
No mínimo, o que precisamos
fazer é refletir. Deixar de eleger políticos que já estamos acostumados a ver
nos noticiários, envolvidos em atos de corrupção, refazer a nossa maneira de
enxergar a vida, nos entregarmos à tarefa de não somente fazer o básico e
tentarmos ampliar a nossa visão para um mundo mais amplo onde exista o próximo
distante, aquele que não está no alcance dos nossos olhos, mas que precisa da
nossa ajuda.
Quando eu digo que
todos nós precisamos acordar, eu me incluo também, porque parece que, em função
da necessidade de sobreviver, todos nós acabamos por olhar apenas para os
nossos próximos, os nossos familiares e amigos, acabando por deixar de pensar
nos humanos, nos cães, nos gatos, em todos os seres do Planeta Terra que também
precisam de ar, água, comida e carinho para viver.
Este é o convite de
hoje, para que você e eu reflitamos sobre o que temos feito para melhorar o
mundo, as pessoas e os animais que vivem nele, como Astor, o cachorro que vive
nas ruas do bairro de Pinheiros.