Rita Lee
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Rita Lee e os seus animais:
“Mais da metade do meu tempo é deles”
Rita Lee é a imagem de São Paulo. Coragem. Talento. Ousadia. Original. Multiplicidade de Talentos. É por isso que quando se pensa em Rita nós nos lembramos de São Paulo e quando se fala de São Paulo, a gente se lembra sempre de Rita Lee.
Cantora, compositora e colecionadora de inúmeros sucessos no Brasil e no Mundo, Rita tem, entre suas composições, muitas ao lado de seu marido Roberto de Carvalho, guitarrista e pianista, verdadeiras referências musicais como: “Lança-Perfume”, “Doce Vampiro", "Chega Mais", "Papai Me Empresta o Carro", "Baila Comigo", "Nem Luxo Nem Lixo", "Orra Meu", "Shangrilá", "Bem-me-quer", “Miss Brasil 2000”, "Mania de Você", entre tantas outras.
Além da brilhante carreira musical, já atuou como apresentadora de TV, ao lado de Fernanda Young, Marisa Orth e Mônica Waldvoguel, no programa "Saia Justa" pela GNT, fez Rádio com o programa "Radioamador" pela 89 FM de São Paulo e Rádio Cidade do Rio, escreveu diversos livros de literatura infantil onde o ratinho Dr. Alex era o personagem principal, gravou como narradora e grande orquestra o famoso conto infantil "Pedro e o Lobo", de Prokofiev, no cinema fez o papel de Raul Seixas no curta-metragem "Tanta Estrela Por Aí", de Tadeu Knudsen, onde ganhou o prêmio de melhor "ator" no Festival de Cinema em Gramado, tal foi a sua brilhante performance.
Precisaríamos escrever um livro para contar tudo o que Rita já fez e por isso ela é sempre surpreendentemente maravilhosa, como a nossa São Paulo.
Em família:
Rita Lee é casada com o músico e compositor Roberto de Carvalho e o casal têm três filhos: Beto, João e Antônio. Ela nos conta sobre seus pais e irmãs: “Nasci em São Paulo, capital, no dia 31 de dezembro de 1947. Meu pai se chamava Charles e minha mãe Cheza. Minha irmã mais velha era Mary Lee (já falecida), minha irmã do meio chama-se Virginia Lee. Eu sou a caçula”.
Os primeiros Animais:
Rita Lee, que sonhou ser médica-veterinária ou atriz de cinema, se lembra dos seus primeiros animais e nos diz: “Sempre tivemos vários animais, a família era louca por bichos. Havia uma gatinha que pegamos na rua chamada Fufi. Leopoldo, um gato amarelo que foi atropelado em frente de casa que a gente salvou. Danny era uma Collie que nasceu com defeito nas patinhas e o criador queria sacrificar, mas nós adotamos. As irmãs vira-latas Cacilda e Lola, a tartaruga Nancy, a canárinha Niky (paixão do meu pai), os peixinhos Teco e Bola e a jaguatirica Guna, que roubei de uma loja porque estava sendo judiada”.
As Perdas:
Rita se emociona e nos conta: “Perdi vários e sempre foi uma tragédia. Quando Fufi deu cria meu pai me deixou ficar com um filhotinho lindo branco e preto que chamei de Pedrinho, os outros nós demos para vizinhos da rua que gostavam de bichos. Pedrinho pegou sinomose e morreu nos meus braços. Fiquei doente e com febre, nunca me esqueci dele”.
Os Animais de hoje:
Rita mostra todo o seu carinho com os animais nos contando: “Moro em apartamento e tenho no momento Miguel, um schnauzer que está dodói (por favor, rezem para São Francisco!), uma Yorkie chamada Francisca, quatro gatos Sophia, Madalena, Coca e Charles (em homenagem ao meu pai) uma ratinha linda chamada Zelita (em homenagem a minha querida amiga Zélia Duncan) e cinco tartarugas: o casal de faraós Tutancamon e Nefertiti, e suas crias Larry, Curly e Mo (em homenagem aos Três Patetas) e as peixinhas Nara (em homenagem a Nara Leão) e Carmem (em homenagem a Carmem Miranda).
O Tempo e os Cuidados:
Ela se emociona, abrindo o seu coração: “Mais da metade do meu tempo é deles. São meus filhos, meus melhores amigos, as criaturas mais simpáticas e amorosas que conheço. Tirando Zelita e as tartarugas, todos dormem comigo, é uma farra! Escovo todos diariamente, são alimentados com ração e algumas guloseimas naturebas tipo biscoitos de soja, barras de cereais e porções de brócoli com alho(ótimo para o sistema imunológico)”.
Rita mostra que conhece profundamente a necessidade dos animais e nos diz: “Os bichinhos querem mais do que tudo o nosso amor, respeito e carinho”.
O Ser Humano e os Animais:
Quisemos saber se Rita acha que o ser humano, de uma forma geral, costuma tratar e cuidar bem dos animais. Ela não pensa duas responde e a resposta vem firme e forte: “A raça humana só vai evoluir quando respeitar todas as formas de vida, infelizmente isso acontece bem pouco, são raras as pessoas entendem que os reinos animal, vegetal e mineral fazem parte da nossa jornada como irmãos e companheiros irão como meros objetos de posse”.
Dr. Alex, o Ratinho Pacifista:
Perguntamos se Rita já havia composto alguma música que falasse de animais e ela nos responde: “Já compus algumas músicas em homenagem à Mãe Natureza em geral... Quando meus filhos eram pequenos escrevi quatro livrinhos sobre o Dr. Alex, um ratinho pacifista que luta para proclamar a independência dos animais. Agora que minha neta Izabella chegou para me inspirar pretendo retomar as aventuras de Dr. Alex”.
Recados:
De Rita Lee para você, nosso(a) leitor(a):
“Meu recado seria o seguinte: nossos animais de estimação têm a sorte de estarem sendo bem tratados, então que tal ajudarmos os que são mal tratados na cidade? Você pode, por exemplo,"adotar" bichinhos dessas pessoas caridosas (geralmente são gente pobre) que recolhem animais indesejados em suas casas ou de instituições de defesa através de doações de rações, vermífugos e vacinas. Há vários veterinários (deve ter um perto da sua casa, procure só) que se dispõem a fazer castrações grátis em bichinhos de rua, tudo que você tem a fazer é levar o bichinho até a clínica e apenas bancar os gastos dos remédios que é coisa mínima. Vamos aproveitar o espaço e sugerir aos queridos leitores do Jornal Animal nossos profundos boicotes a circos, rodeios, vaquejadas, farras do boi e todos os tipos de eventos que humilham e judiam publicamente de bichos, não queremos nossas crianças assistindo esse tipo deseducação nazista”.
Do Jornal Animal para você, Rita:
“Além de jornalista, também atuo como maestro e tive o privilégio de, ainda cursando a Faculdade de Música, assistir você, Rita Lee, com os Mutantes, ao lado de Gilberto Gil, na explosão musical tropicalista de “Domingo no Parque”. De lá para cá, você se tornou uma das maiores estrelas da nossa música, pelo seu grande talento. Conhecendo agora a Rita Lee apaixonada defensora dos animais e tão gentil e carinhosa em nos atender, quero dizer que você é uma estrela maior, daquelas que Deus criou e colocou na Terra para que a Luz e a Alegria se fizessem mais presentes entre nós”.
Do Jornal Animal para você, nosso(a) leitor(a):
“Cada vez mais nos sentimos muito felizes quando conseguimos trazer pessoas tão sensíveis como a Rita. Quando agradecemos por ela ter nos dado a entrevista, ela finalizou carinhosamente dizendo: “Beijos eternos, Ritz”. Queremos que você saiba que este é nosso grande objetivo, tentar traduzir essa emoção que sentimos e recebemos, para que você se sinta como se estivesse ao nosso lado, nas entrevistas”.
Sergio Valério