O Amor das Mães - Jornal Animal

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O Amor das Mães

Colecionador > Página 6
Sergio Valério
 
O impacto foi fatal. Ela sentiu a força do carro no peito e caiu na calçada.
Uma mulher a socorreu e a levou para onde pudesse ser atendida.
A poça de sangue ficou no meio da rua como se quisesse deixar a marca do que havia acontecido, enquanto os carros continuavam a passar.
Na banca em frente, jornais e revistas contavam histórias da vida e homens e mulheres passavam pela calçada conversando e rindo.
A mulher de branco notou que algo estranho havia com aquela que havia sido atropelada. Ela notou que a cachorrinha estava prestes a dar a luz.
Não havia muito o que fazer com ela, mas os filhotes poderiam ser salvos.
Alguns minutos depois, lá estavam os três com o coração pulsando o toque da vida.
A mãe nem sequer teve tempo de ver os seus filhotes...Talvez no último segundo tenha olhado para a mulher de branco e confiado nela e aí sim fechado os seus olhos tranqüila, sabendo que os seus filhotes estariam em boas mãos.
Os olhos da mulher de branco transmitiam paz e foi muito bom para a mãe dos filhotes vê-los naquele tão difícil momento...
As luzes da cidade jamais se apagam e não estava sendo diferente naquele instante.
A mulher de branco chorou pois mesmo os que mais estão acostumados com o adeus à vida, sofrem e sentem a dor da perda.
Com as suas mãos ela afagou os filhotes da mamãe que havia acabado de morrer e com carinho os colocou em um lugar seguro.
Perto dali, em uma maternidade, uma mulher dava a luz.  Nasceram trigêmeos e a família comemorou em festa! O pai chorava de alegria e a mãe abria um largo sorriso ao ver os seus três filhos que haviam acabado de nascer.
Os bebês choravam o choro da vida enquanto as luzes da cidade continuavam mais do que acesas.
Na Clínica Veterinária, a mulher de branco cuidava dos filhotes da mamãe que acabava de partir.
Ela olhou para a cachorrinha, deitada, imóvel e decidiu: -Iria levar os filhotes  para a sua própria casa, cuidaria deles como se fossem seus próprios filhos.
As mães são assim mesmo, independentemente de serem seres humanos ou animais, o instinto maternal é mais forte do que tudo e as faz serem as verdadeiras guardiãs da vida.
Na rua, os carros continuavam em seus destinos, mas a lua parecia brilhar um pouco mais, talvez pela esperança de que um dia o amor das mães possa descobrir um jeito de fazer o mundo ficar melhor.
Editor: Sergio Valério
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