Como os animais
Colecionador > Parte 5
Sergio Valério
Pelos caminhos das nossas vidas vamos
aprendendo a perder entes queridos.
Perdemos amigos, familiares, perdemos nossos
amigos animais e desta forma, vamos descobrindo, aos poucos, que nada nesta
vida é eterno.
Quanto mais isto acontece, mais queremos
descobrir a razão de nossas vidas, para onde iremos depois de partirmos daqui.
Quando nos questionamos sobre isso e refletimos sobre a existência de nossas
vidas, acabamos nos tornando mais flexíveis, diminuímos a nossa irritação,
começamos a descobrir que de nada adianta querermos exigir demais das pessoas,
tudo porque é preciso aproveitar melhor o nosso tempo para viver e conviver,
enquanto nos é dado estar aqui neste Planeta Terra, com a forma de vida que
viemos.
Exatamente por isso é preciso que aprendamos a aproveitar melhor o nosso tempo,
não deixar os nossos animais e os nossos sonhos trancados em nossos quintais.
É preciso arriscar a voar como um passarinho,
enfrentar os problemas com rugidos de leão, sem perder a ternura de filhotes.
É necessário às vezes hibernar como um urso,
para nos darmos tempo para refletir, é fundamental que não tenhamos medo de
saltarmos por entre os telhados do desconhecido como gatos e abrir os nossos
olhos no meio da escuridão dos nossos medos, como corujas no meio da noite.
É preciso descobrirmos mais braços para
descobrirmos novos caminhos, como polvos no meio do mar das incertezas, nos
arrastarmos na humildade como serpentes sem vaidades e como peixes, sabermos
esquecer rapidamente as nossas mágoas, para nos tornarmos mais livres, pois
quando partirmos, precisaremos deixar nos que ficam, o gosto bom da saudade por
tudo de bom que fizemos, que fomos e que ainda seremos, por todos os caminhos
de todas as nossas vidas.