Rolando Boldrin
Celebridades > R
Rolando Boldrin:
“Sempre tive muito amor pelos meus animais!”
Rolando Boldrin, filho de Amadeu e Alzira, é o sétimo dos doze filhos do casal e sua brilhante carreira teve início na dupla Boy e Formiga, onde ele era o Boy. Seu trabalho como artista percorre, sempre com brilhantismo, diversas atividades como cantar e compor, apresentar de forma personalíssima programas de televisão como Som Brasil (Globo), Empório Brasileiro (Bandeirantes), Empório Brasil (SBT), Estação Brasil (CNT) e atualmente na TV Cultura, com o Sr. Brasil (todas as terças-feiras, às 22h10 (com reapresentação aos domingos às 13h30). Rolando também escreveu excelentes livros e mostrou todo o seu talento como ator, inclusive no cinema. Entrevistar Rolando Boldrin e ouvi-lo contar e cantar suas belas histórias foi um grande prazer, além de aumentar mais ainda a nossa admiração ao conhecermos nele, também um homem sensível que respeita e ama os animais.
Os Cavalos:
Rolando Boldrin nos fala de suas lembranças de menino: “Quando era pequeno eu tinha muito carinho por cavalo. Lá em São Joaquim da Barra, eu tinha um padrinho, Plácido, que era administrador de uma fazenda, eu tinha uns dez, onze anos de idade, gostava muito da natureza e ia para a fazenda dele para andar a cavalo. Eu me lembro até dos nomes dos cavalos, um que eu gostava muito se chamava Segredo, um outro era o Sereno e tinha também o Painho, que não me deixavam andar, porque era muito esperto. Eu gosto muito de cavalo, acho que é um animal muito dócil, eu acho que o cavalo também é um grande amigo do homem, além do cachorro. Quando eu estava na Globo, em 1981, eu tinha comprado um sitiozinho em Porto Feliz, SP, de quatro alqueires, lá eu tive dois cavalinhos, eu montava um cavalinho branco chamado Castelo, que eu gostava muito, andava nele com o meu neto”.
Os Cães:
Ele agora nos conta sobre os seus cães: “Nesta época do sítio eu comecei a ter cães, gostava muito deles. O primeiro foi o Yuri, em lembrança ao astronauta russo Yuri Gagarin, depois tive o Ringo, os dois, pastores. Eu tive também muitos filas, um se chamava Edmundo (o meu neto Marcus Boldrin, hoje comandante da TAM, colocou o nome em homenagem ao jogador de futebol)”.
Baby e Edmundo:
Rolando Boldrin se lembra com carinho de Baby e de Edmundo: “Até bem pouco tempo eu tive uma cadela rottweiler que morreu, a Baby que era maravilhosa, brincalhona. Ele teve câncer nos ossos e me lembro que quando ela estava desenganada já, eu falei com ela um tempão, preparei-a espiritualmente. Eu sempre me apeguei muito aos meus animais e quando um deles ficava doente, eu sofria muito. Certa vez, eu fiz uma viagem para o exterior e o Edmundo teve um problema de saúde, teve que operar às pressas e eu não sabia. Quando eu cheguei recebi pelo telefone, através do meu neto, a notícia que eu não podia brincar com o Edmundo porque ele estava operado. Eu levei um choque. Eu sempre tive muito amor pelos meus animais”.
A Criança, as Pessoas e os Animais:
Para uma criança é bom ter um animal? Perguntamos e Rolando responde: “Eu acho que ter um animal é muito importante para a criança. Um cão, um cavalo, faz muito bem para uma criança”. Quisemos saber se ele acha que a pessoa tem tratado bem os animais? Rolando se emociona e nos diz: “Eu tenho um amigo que até me deixou muito emocionado um dia, ele pegou como missão recolher cães abandonados nas ruas. Ele era câmera-man, mora no Embu e hoje está com cinqüenta cães em sua casa. Eu achei muito bonito!”.
O Animal que gostaria de ter:
Rolando Boldrin nos fala: “Eu gostaria de ter um macaco. Eu acho que a gente descende mesmo do macaco. Meu pai tinha um macaco e este macaco era muito inteligente, fazia coisas espetaculares, meu pai dava um picolé para ele e o macaco chupava o picolé como gente grande. A minha terra era muito quente e o picolé, exatamente por isso, soltava do palito, ele simplesmente colocava de novo o picolé no palito. Era incrível!”.
O que é cuidar de um animal?
Rolando reflete e nos responde: “Primeiro, da mesma forma que a gente deve ter pelas pessoas, muito respeito pelo animal, seja o animal que for, porque ele faz parte do nosso universo, é um ser vivo, ele sente como você, não se sabe o que se passa pela cabeça dele, como ele é. Nós achamos que só a gente tem inteligência, mas eu chego a duvidar disso. É muito confuso, porque não se tem como provar isso. O animal sofre como você. Existem pessoas que não tem muito respeito pelos cães, que acorrentam e essa violência contra os animais, eu sou contra, pois tem que ter carinho!”.
RECADOS:
De Rolando Boldrin para Você, Leitor(a):
“Existe um poema clássico caipira, que eu declamo de vez em quando, que se chama “Pitoco”, que é de autoria de Abílio Victor, um poeta já falecido, cujo nome artístico é Nhô Bentico, que poderia ser o meu recado”. O belo poema conta a história de Pitoco, um cão que morre para proteger o seu dono. Os versos finais do poema, declamados com tanta sensibilidade por Rolando Boldrin, que transcrevemos exatamente do jeito que um caipira diz, mostram todo o amor incondicional que um cão tem pelo seu dono: “E neste mundo tão oco, onde os amigo são pôco, Despois que morreu Pitoco, nunca mais tive outro iguá!”.
Do Jornal Animal para Rolando Boldrin:
Rolando Boldrin existe apenas um. Deveríamos ter muitos, pois desta forma o mundo seria muito melhor, tanto pela arte com que ele nos brinda ao cantar, compor, escrever, declamar, apresentar, encenar e, ainda que com todo o sucesso alcançado, permanece um homem sensível e atencioso que conversou comigo como se fossemos velhos amigos lá da sua São Joaquim da Barra que se encontraram depois de muitos anos. Rolando Boldrin, muitos aplausos para você!
Do Jornal Animal para Você, Leitor(a):
Sempre que enviamos este recado, a vontade que temos é “sair das páginas” deste Jornal Animal e lhe dar um forte abraço, agradecendo todo este carinho! Afinal de contas, quem “nos ouve” através da leitura, já há tanto tempo, só podemos considerar um(a) grande amigo(a)! Até a próxima entrevista, se Deus quiser...
Sergio Valério