Dra. Caroline Garcia (4)
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A Médica Veterinária Dra. Caroline Garcia traz importantes informações sobre Saúde Pet. Vamos conferir?
No caso dos felinos, por conta da obesidade o Pâncreas fica sobrecarregado já que está produzindo muita insulina, mas ela não consegue agir por conta da resistência insulinica gerada pelo paciente obeso, e apesar de precisar da aplicação da insulina por um tempo, em muitos casos se consegue a remissão da diabetes desse paciente.
2. Quanto ao Hipotireoidismo, como se pode identificar em um pet? Como tratar?
R. Os sintomas do hipotireoidismo (diminuição dos hormônios da tireóide) podem ser : Obesidade, queda de pêlo simétrica e bilateral, aumento do colesterol. Mas isso também acontece em outras doenças endocrínas dos animais. Através da dosagem de vários hormônios tireoidianos conseguimos fechar o diagnóstico tratar e acompanhar o tratamento do paciente.
3. Sobre o Hipertireoidismo, quais são os sintomas nos pets? O que provoca em um pet?
R. O hipertireoidismo (aumento da produção dos hormônios da tireóide) é muito mais comum em gatos do que em cães. No geral o que observamos é perda de peso, taquicardia, vômitos, aumento do apetite , vocalização entre outros. Hiperplasia do tecido tireoidiano e tumores podem ser a causa do distúrbio.
4. O Hipoadrenocorticismo também é uma doença endócrina? Como é o tratamento em um pet?
R. Sim. O hipoadrenocorticismo, também chamado de doença de Addison, é a deficiência na produção dos hormônios das glândulas adrenais, e é comum em cães. O tratamento é repor esses hormônios visando deixar o paciente estável
5. Além destas doenças, existem outras que fazem parte do estudo da Medicina Veterinária no cuidado com os pets?
R. Muitas outras doenças são estudadas na Endocrinologia Veterinária, como o Hiperadrenocorticismo depois da obesidade, talvez a mais comum, o Hiperaldosternonismo entre outras. Entram também os distúrbios metabólicos que são gerados de forma secundária à outras doenças como o hiperparatireoidismo secundário, a doenção renal crônica.
6. Cães e Gatos sofrem da mesma forma com estas doenças ou a incidência é maior em Cães?
R. Acho difícil dizer, ainda somos um país que os gatos vão menos ao Médico Veterinário que os cães. Então, partindo desse princípio, a tendência é que sempre vamos diagnosticar as doenças de um modo geral muito mais nos cães, mas obviamente cada espécie tem sim suas particularidades, fazendo com que seja mais suscetível a uma ou outra doença, como é o caso do Hipertireoidismo, que é muito mais frequente em gatos.
7. Existe alguma especialização para o Médico Veterinário atuar na Endocrinologia Veterinária?
R. Sim, após a graduação de 5 anos é feito um curso de pós graduação de Endocrinologia e Metabologia, com duração de 1 ano e meio à 2 anos, dependendo da instituição.
8. A segmentação dos ramos da Medicina Veterinária tem contribuído para um melhor atendimento na saúde dos pets?
R. Sem dúvida alguma. A evolução dos tratamentos, diagnósticos acontece de uma forma muito rápida, e isso em todas as especialidades, por isso é extremamente importante as segmentações das áreas para que o profissional se dedique ao máximo à área escolhida . A equipe multidisciplinar é uma realidade dentro da Medicina Veterinária, trazendo o que há de melhor pra cada paciente.
9. De uma forma geral, quais são os cuidados que um tutor deve ter para evitar que seus pets venham a sofrer de doenças endócrinas?
R. A obesidade é uma doença endócrina mais comum hoje e que pode ser evitada, e acaba trazendo com ela muitas complicações (pancreatite, colesterol alto). Os animais devem ir no consultório pelo menos uma vez ao ano (além do dia da vacina, é claro), para fazer os exames clínicos e também para que sejam requeridos os check ups, para que seja orientado com relação a alimentação, hábitos de passeio, entre outros.
10. Você teria algum outro tema sobre Endocrinologia que não abordamos nas perguntas acima e que seria importante destacarmos?
R. Acho importante falar sobre o Hiperadrenocorticismo ou Cushing , que é a produção exacerbada dos hormônios produzidos pelas glândulas adrenais e é possívelmente a doença mais comum nos consultórios. Existe a forma atípica da doença em que não é o corticóide o hormônio aumentado, e que infelizmente é pouco diagnosticada por falta de conhecimento e que acomete principalmente spitz alemães, chows-chows, shiba-inu, samoieda, entre outros. Então, os tutores dessas raças devem ficar atentos com relação a queda de pelos, escurecimento da pele, porque isso pode ser um sintoma que está na pele, mas esconde muitas outras alterações importantes como aumento da pressão arterial , aumento do colesterol, maior de chance da formação de trombos. Na dúvida, procure um Médico Veterinário Especializado.
11. Que mensagem você gostaria de deixar para os internautas da nossa web revista pet Jornal Animal?
R. Gostaria de agradecer a todos pelo carinho que sempre manifestam quando as entrevistas são postadas. Meu outro recado é que sempre observem seus animais, cada pequena mudança. A maioria das doenças são silenciosas, mas com exames anuais podemos prevenir ou diagnosticar e tratar muito mais cedo e isso faz toda a diferença.
Dra. Caroline Garcia – Médica veterinária formada pela Universidade Santo Amaro – UNISA, São Paulo, SP. É Sócia proprietária na empresa Cãobeleireiro Petshop, atuando como Clínica de Pequenos animais.