Neide e Belinha
Colecionador > Parte 2
Sergio Valério
Neide
abriu os olhos e não acreditou. Estava viva. Depois do acidente de carro era a
primeira vez que ela abria os olhos e a pergunta veio rápida: E Belinha, como
está?
André
hesitou, engoliu as primeiras palavras no pensamento e tentou escolher outras
melhores: - Ela foi atirada para fora do carro e...
Neide
desatou a chorar e o desespero imediatamente tomou conta do seu coração. André
completou a frase rapidamente: Calma, Neide... ela está viva!
Neide
sorriu e entre as lágrimas, seu olhar brilhou, afinal de contas, Belinha é a
sua grande companheira há anos, desde a perda do seu marido Luis Flávio.
André,
o filho de Neide, abraçou a mãe e continuou a explicar o que havia acontecido
com a cachorrinha, tão querida pela família:
-No
momento da batida, Belinha estava solta no carro e por isso, foi atirada para
fora do carro. Ela perdeu as suas patas dianteiras.
Neide
mordeu os lábios, respirou fundo e perguntou: E onde ela está? Eu quero vê-la!
André
acalmou a sua mãe, dizendo que Belinha estava bem, se recuperando em uma
clínica veterinária e que logo estaria em casa.
Dias
depois, Neide recebia alta do hospital e reencontrava Belinha que, com os olhos
brilhando, latiu carinhosamente para a sua dona.
A
vida seguiu em frente naquela casa e, em breve, Belinha poderá caminhar com
ajuda de aparelhos específicos, saindo até para passear com Neide, no
tradicional passeio do fim de tarde.
O
importante é que as duas haviam sobrevivido e continuariam amigas para sempre,
aliás, quando uma das duas se for, nada mudará, pois nem outros planos de vida
podem apagar uma amizade tão sincera como a de um dono e seu animal.