Daniel Dias
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Daniel Diego Rodrigues Ramos Dias nasceu em Cerqueira César, cidade do interior do estado de São Paulo, Brasil. Ele é comportamentalista canino e nesta entrevista nos fala de sua carreira e de seus pets. Conheça mais sobre o seu trabalho nesta entrevista.
1. Como surgiu a ideia de se tornar um comportamentalista canino?
R. Após alguns anos atuando na área de Logística, recebi um convite de meu amigo André Cossio Aguilar, comportamentalista canino há mais de 12 anos, para conhecer esse universo, do qual eu abracei com muito carinho essa oportunidade. Meu trabalho é um grande prazer, me faz muito bem.
2. Como é o trabalho de um comportamentalista canino?
R. Eu treino as pessoas (rs). Ensino a elas que a “mágica” está dentro de si, basta projetar uma energia calma e assertiva para exercer a liderança sobre o cão, para se estabelecer a hierarquia e o equilíbrio na matilha (família), é isso que ensino aos meus alunos.
3. Quais são as maiores dificuldades enfrentadas?
R. Cada situação é uma missão diferente. Um cão em desequilíbrio pode apresentar qualquer tipo de “problema”, o que chamo de questão. Você também tem de ser líder o tempo todo, não pode “vacilar”. É preciso estar confiante para passar confiança. Isso é importante e não difícil, mas sim um dos grandes desafios que essa profissão proporciona.
4. Quais são os cuidados que um tutor precisa ter quanto ao comportamento do seu cão?
R. O ideal é iniciar o trabalho comportamental desde a chegada do cão em seu novo ambiente. Impor as regras, limites e restrições desde cedo é importante para que o cão não desenvolva nenhum “problema” (questão). Exercícios físicos e desafios psicológicos regularmente também farão com que seu amigo possa ter uma vida mais equilibrada, ser um cão equilibrado.
5. Conte-nos sobre os animais que você teve em sua infância.
R. Quando pequeno morei alguns anos em Cerqueira César, interior de São Paulo. O primeiro cão que tive se chamava Lup, um golden retriever. Eu era uma criança cheia de energia, nós não parávamos um segundo (rs), ele era esperto, brincávamos o dia todo. Depois uns anos, já em São Paulo ganhei um poodle, filhote, o Bobby. Me recordo que fiquei muito contente, criança adora cachorro né (rs). Passamos bons momentos juntos, ele viveu muitos anos conosco.
6. Atualmente você é tutor de algum animal?
R. Há 4 meses adotei um “doberlata” (vira lata/dobermann). O Hórus. Ele foi abandonado e estava em um canil na região de Cotia. Desde que ele chegou não tivemos problemas. É claro que não é uma tarefa simples ter um dobermann, num apartamento de 45m2 (rs). É preciso ter muita disposição e dedicação e claro, dar a ele suas reais necessidades, para lhe proporcionar uma vida saudável.
7. Você se lembra de um fato marcante que aconteceu na sua carreira como comportamentalista canino?
R. Teve uma vez em que um buldogue inglês com problemas de agressividade com pessoas quase arrancou meu pé esquerdo. Foi a primeira mordida que eu levei e a mais feroz, eu diria. Me senti em paz, pois não me permiti em sentir raiva do cão, tampouco pensei em desistir. Foi um choque bem grande, mas encarei como um fato positivo. Me fortaleceu para continuar nessa jornada.
8. O que os cães significam para você?
R. Os cães são tudo para mim. Minha razão. São minha fonte de paz e aprendizado. Não imagino mais minha vida sem eles. Encaro meu trabalho como uma missão. Eles têm muito mais a nos ensinar do que nós a eles.
9. O que é preciso para ser um comportamentalista animal?
R. Bom, primeiro é preciso gostar de cães. Respeitar a Mãe natureza. É um trabalho que se requer muita sensibilidade. Creio que já se nasce com isso. Tem de ser uma pessoa do bem para se lidar com os cães, afinal, nossa energia não mente, e o cão mais do que nenhum outro ser, consegue senti-la.
10. O que você ainda não realizou e que gostaria de fazer como comportamentalista animal?
R. Ah, esse universo é infinito. Nunca se vai saber, ou descobrir tudo. Assim como os cães procuro viver o presente. Não sei o que me espera lá na frente. O importante não é a chegada e sim a jornada. Quero poder desfrutar cada momento com muito prazer e aprender cada dia mais ao lado deles, para me tornar cada vez mais, um ser humano melhor.
11. Que mensagem você deixa para os (as) internautas da nossa web revista Jornal Animal?
R. Ter um cão é coisa mágica. É uma conexão, um elo profundo de amizade, lealdade e respeito. Mas é preciso entender sua natureza. Entender que ele é um cão. E só será feliz e equilibrado se tiver suas reais necessidades preenchidas na ordem certa: exercício físico, disciplina e carinho. Faça uma reflexão. Veja se você está preenchendo apenas as suas necessidades. Seu cão não vai lhe dizer: “Oi, vamos caminhar 40 minutos hoje de manhã para eu poder passar o dia mais tranquilo?”. Esteja ciente de sua responsabilidade e deveres para com o seu melhor amigo para que você possa lhe proporcionar uma vida feliz e equilibrada.