Dra. Cláudia Teixeira - Jornal Animal

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Dra. Cláudia Teixeira

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Nesta entrevista com a Dra. Cláudia Teixeira, Médica Veterinária de Cães e Gatos, ela nos traz importantes informações sobre os cuidados que devemos ter com nossos cães e gatos. Ela também nos fala de seus caminhos dentro da Medicina Veterinária e também nos conta sobre os sesu queridos pets.

1. O que a levou a estudar Medicina Veterinária?
R. Desde os meus sete anos de idade já convivia e amava cães, gatos e cavalos e tinha certeza que seria uma Médica Veterinária. Nunca hesitei em seguir outra carreira. Eu amo os animais incondicionalmente. E resolvi transformar esse amor em profissão, da qual me apaixono a cada dia. É uma carreira ampla, cujos estudos duram cinco anos. É uma graduação que exige muito estudo em tempo integral e combina disciplinas teóricas com aulas práticas e estágios supervisionados. Tem campo de atuação em Pequenos Animais (cães e gatos, área que escolhi), Grandes Animais (bovinos e equinos), Animais Exóticos (Zoológico e animais silvestres de campo), além de atuação no controle de qualidade de produtos industriais, Órgãos fiscalizadores do Governo, Institutos de Pesquisas, Centro de Controle de Zoonoses, entre outros.

2. Dentro da medicina veterinária, você se especializou em algum segmento?
R. Graduei dia 19.12.2014 em Medicina Veterinária pela PUC-Minas/Campus Betim e em junho deste ano concluo minha primeira Pós Graduação (Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais, pelo Instituto Qualittas) e já tenho planos de me especializar também em Dermatologia, bem como fazer um Doutorado no exterior futuramente.

3. Onde você trabalha atualmente? Em que cidade, estado e país?
R. Trabalho na Empresa Pet Show, em Betim, MG. Realizo também consultas domiciliares em Belo Horizonte, cidade onde sou domiciliada, além de Contagem com a minha Logomarca particular Anjinhos Peludinhos (blog: www.anjinhospeludinhos2015.blogspot.com.br; e-mail: anjinhospeludinhos2015@gmail.com; facebook: Cláudia Teixeira (Anjinhos Peludinhos). Em breve estarei inaugurando uma Clínica Veterinária e Pet Shop.

4. Você teve animais de estimação em sua infância? Como se chamavam e como eles eram?
R. Sempre tive animais de estimação. Todos doados ou resgatados das ruas. Dentre eles estão os inesquecíveis felinos Shandy, Willie, Floquinho, Wind, Sandy, Sbugue e Thor; a canário belga Mel, o periquito Neco, os cães Susie, Bob, Lassie, Bidu e o saudoso Dunk, um Yorkshire terrier que adotei já com 10 anos e ficou comigo por um ano e três dias. Todos foram maravilhosos e generosos e me fizeram muito feliz enquanto estiveram comigo e com meus pais.

5. Atualmente você tem animais de estimação? Como eles se chamam e como eles são? Tranquilos? Agitados?
R. Atualmente meus animais de estimação são os cães Dudu (8 anos) e Julie (13 anos), o canário Yulle e a periquito fêmea Raiara (ambos idosos também). Todos foram doados, com exceção da Julie, que foi resgatada na rua. Todos são muito tranquilos e muito amados.

6. O que os governos (municipais, estaduais e federais) ainda não fizeram e que precisaria ser feito em relação à proteção e cuidados com os animais?
R. A Legislação brasileira proíbe na sua Constituição os maus tratos aos animais. Porém, na prática, vejo com tristeza que as punições para aquele que maltrata, tortura e/ou leva à óbito um animal estão engatinhando e as pessoas na sua grande maioria não dão a devida atenção à liberdade, à integridade física e principalmente à vida dos animais. Os tratam como se fossem apenas um produto descartável, principalmente quando ficam doentes ou idosos. Vemos grandes marcas de cosméticos ainda cometerem a atrocidade de testar produtos em animais. Vez ou outra somos surpreendidos por vídeos de animais sendo espancados até à morte. É atribuição do Ministério Público a preservação dos interesses dos animais, fazendo-os dignos de respeito e consideração por parte dos Governos federal, estadual e municipal, além da nossa sociedade. Torço para que estas leis solidifiquem em breve tanto para quem comete crime contra quaisquer que seja a espécie animal, quanto para quem se compromete a ter posse responsável e trata o animal como se fosse um “brinquedo novo” que ao passar a dar despesas (alimentação, banho e tosa, vacinas, vermifugação, consultas, cirurgia, entre outros) passam a ser maltratados e inclusive abandonados na rua.

7. Como se deve cuidar de um animal de estimação?
R. Os tutores devem ter em mente que é seu dever proteger o animal do sol e da chuva, impedir que fujam para a rua para que não sejam atropelados, envenenados, tenham criam indesejáveis ou briguem com animais de portes maiores, podendo vir inclusive à óbito; oferecer ração de boa qualidade que respeite a faixa etária do animal (filhote – até 1 ano; adulto – de 1 à 7 anos e idoso, acima de 7 anos); castrar os animais quando não se quer filhote, evitando assim superpopulação, pseudogestação, abandonos, doenças uterinas, neoplasias mamárias e prostáticas, agressividade e marcação de território. Nunca esquecer que o animal também precisa de atenção e carinho e são necessários passeios regulares, assim como estímulos do condicionamento físico com brinquedos para evitar estresse e obesidade.

8. Como se deve prevenir doenças em cães e gatos?
R. Deve-se ter o protocolo vacinal em dia, com vacina importada e de acordo com a espécie e características individuais, evitando doenças graves e que podem ser transmitidas ao homem (zoonoses).  Lembrando que somente o Médico Veterinário está apto à aplicar as vacinas, a carimbar e assinar o cartão de vacinação, que é a identidade do animal. Não corra o risco de levar seu animal em um local cuja procedência e condicionamento da vacina (na temperatura de 2 a 8ºC) são duvidosos. Faça o controle e prevenção de parasitas (pulgas, carrapatos, piolhos, mosquitos da Leishmaniose) com medicamentos e coleiras próprias e seguindo os períodos de troca sugeridos pelo fabricante. Tenha o esquema de vermifugação de filhotes mensal até completarem seis meses e de adultos a cada quatro meses, evitando que parasitas intestinais comprometam a saúde dos animais, levando-os ao emagrecimento, queda de pelos, anemias e zoonoses. Dê banhos semanais, faça escovação diária em animais de pelagem longa, leve-o à visitas periódicas ao médico veterinário para prevenir ou tratar doenças. O mantenha sempre em ambiente limpo; disponibilize um local apropriado, destinado às necessidades fisiológicas diárias que devem ser recolhidas. Atente-se à qualquer mudança de comportamento ou hábito de seu animal, pois estes são sugestivos de doenças. Lembre-se de fazer a higiene bucal desde cedo com escova e pasta de dente específicas evitando assim placas bacterianas, cálculos dentários e doenças periodontais graves que podem causar lesões irreversíveis em órgãos vitais, levando o animal ao óbito. Nunca se esqueça que a saúde do seu pet começa pela boca.

9. O que você, como médica veterinária, gostaria de dizer para os internautas da web revista Jornal Animal que querem ser bons tutores para os seus pets?
R. Em primeiro lugar, respeite-o. Nunca grite ou bata em seu animal. Tenha paciência ao educá-lo. Lembre-se que amor e carinho não tiram férias e são importantes para seu pet. Ter um animal de estimação, especialmente quando se tem crianças em casa, trará muita alegria, relação saudável e proveitosa para toda a família e fará seus filhos crescerem respeitando os animais. Mantenha cuidados vacinais, de vermifugação e nutricionais em dia, assim como os cuidados com higiene (urina, fezes, banho, tosa, escovação do pelo e dos dentes) e prevenção de carrapatos, pulgas e o flebótomo transmissor da Leishmaniose com coleiras específicas. Leve-o ao médico veterinário ao menos duas vezes ao ano para fazer um check up geral com exames laboratoriais e Tartarectomia, à partir dos três anos de idade. Os cães tem longevidade de 14 anos e os gatos, 16 anos. Portanto, seguindo estas dicas acima, você poderá aumentar o tempo e qualidade de vida do seu pet.
Editor: Sergio Valério
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